quinta-feira, 30 de abril de 2009

Meta fiscal brasilera, menor, buscou "controlar danos"

A decisão do Brasil de reduzir sua meta de superávit primário não levará a uma "deterioração fiscal permanente" e deve ser vista como esforço do governo de limitar danos à economia durante a recessão global, afirmou o diretor de Política Econômica do Banco Central, Mário Mesquita, nesta quinta-feira.
Um dia depois de o governo anunciar uma redução da meta de superávit primário deste ano para 2,5 por cento do PIB, Mesquita argumentou em evento com investidores em Nova York que nenhum país será capaz de melhorar suas contas fiscais em 2009 em meio à recessão global.
"É tudo uma questão de controle de danos para as contas fiscais e para a economia", afirmou Mesquita durante evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.
O superávit primário mede a economia feita por um governo para fazer frente a gastos com juros e é considerada por investidores uma medida da capacidade de um país de honrar sua dívida.
Questionado por analistas sobre o comprometimento do Brasil com a disciplina fiscal, Mesquita disse ser importante que os investidores mantenham uma perspectiva de médio prazo da performance fiscal do país.
"O que o governo fez --desde que o primário volte a ser elevado no médio prazo e que mantemos a relação dívida/PIB em uma trilha descendente-- deve ser ok durante uma contração econômica, ou uma grande desaceleração econômica", afirmou.O Brasil reduziu na quarta-feira sua meta de superávit primário para este ano para 2,5 por cento do PIB, frente a meta anterior de 3,8 por cento do PIB. A meta foi fixada em 3,3 por cento do PIB para os três anos subsequentes.Mesquita disse que a melhor posição externa do país, incluindo o fato de o país hoje ser um credor líquido em dólar, torna mais fácil reduzir a meta sem comprometer a responsabilidade fiscal de longo prazo.
"A decisão do governo de reduzir o superávit primário pode ser interpretada à luz do que ocorrer com a relação dívida/PIB. Agora, à medida que o câmbio se enfraquece, a relação dívida/PIB cai", disse Mesquita.
*Com informações da Agencia Reuters

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